10/23/2007

CARLOS AUGUSTO STRAZZER 1946-1993

Oi!!!
Hoje a gente vai dar uma olhada num personagem bissexual da História do Brasil que travou uma verdadeira guerra pessoal contra a AIDS. E no início do ano que vem, vão completar 15 anos que ele nos deixou. Tô falando do ator e diretor brasileiro Carlos Augusto Strazzer.

Ele nasceu em São Paulo, em 04 de Agosto de 1946, numa família de antepassados italianos.
O final da adolescência e início da juventude do Carlos pegaram em cheio os anos 60 e a Revolução Sexual. Assim, como ele mesmo reconheceria mais tarde, essa era a geração do sexo livre e sem segurança nenhuma. E ele viveu seguindo essa mentalidade.
Em 1968, ele estreou no teatro, com a peça As Artimanhas de Escopino.
O 1º trabalho do Carlos na televisão foi na 1ª versão da novela As Pupilas do Senhor Reitor, exibida pela Record em 1977.
O 1º filme dele foi Gaijin, Os Caminhos da Liberdade (1980). Mas a carreira dele como ator de cinema não chegou a se desenvolver muito.
A maioria dos personagens que o Carlos interpretou ao longo da carreira dele eram vilões de ar misterioso e místico.
Ele sempre assumiu que era bissexual pras pessoas que faziam parte da vida pessoal dele. E ao longo da vida toda, ele se relacionou com homens e com mulheres. Mas ele também chegou a se casar e teve 3 filhos.
Em 1989, enquanto gravava a novela Que Rei Sou Eu, o Carlos teve uma crise estranha e foi internado. No início, nenhum médico conseguiu entender do que se tratava, até que, depois de alguns exames, ele descobriu que tava contaminado pelo HIV.
De acordo com ele mesmo, pelos cálculos dele, foi no início dos anos 80 que ele foi contaminado (época em que ele levava uma vida sexual mais ativa e nem pensava em usar camisinha, pois ainda não se falava nesse assunto). Mas não dava pra saber quem foi o homem ou a mulher que passou o vírus pra ele.
E o Carlos pegou uma das épocas mais brabas da doença, quando havia uma ignorância quase total sobre a AIDS. E quando ele contou pras pessoas mais próximas que tava contaminado, muitos supostos amigos deles se afastaram dele no mesmo dia em que souberam, outros passaram a ser descriminados por terem se mantido ao lado dele...
Os tratamentos que existiam na época também tavam muito no início. E as condições físicas pelas quais ele passou aí foram as mais dolorosas. Isso sem falar em várias outras doenças que foram se manifestando devido ao enfraquecimento do organismo.
O lado psicológico do Carlos também ficou profundamente afetado pelo tratamento causticante e, principalmente, por toda a rejeição que ele sofreu na época das pessoas em quem ele confiava. E até ele conseguir recolocar a cabeça no lugar, levou um tempo.
O que pareceu melhor foi esconder da maioria das pessoas que tava contaminado.
O último trabalho do Carlos na televisão foi uma participação na série O Sorriso do Lagarto (1991).
Ao todo, ele teve 23 trabalhos na televisão e no cinema.
Algumas vezes, o nome dele foi creditado como Carlos Augusto Strasser.
Finalmente, em 1992, ele decidiu assumir publicamente a condição de saúde em que se encontrava. E dentro do possível, ele continuou trabalhando no teatro, como diretor.
A Globo manteve o Carlos contratado até o fim, apesar de ele não trabalhar mais lá na prática, pagando todo o tratamento dele.
Ele deixou claro que morreria sem guardar ressentimento de certos ‘traidores’ e que, depois de todos os problemas que tinha passado, aprendeu um novo posicionamento: “Amar, apesar de”.
Numa auto-avaliação, o Carlos dizia que não tinha sido um grande ator nem um grande nome da História, mas que tinha sido um cara legal e que foi feliz.
Ele morreu aqui no Rio, em 19 de Fevereiro de 1993, 3 meses depois de completar 46 anos.Os amigos que tinham se mantido ao lado do Carlos antes, permaneceram ao lado dele até o fim. Um desses amigos foi a atriz Maitê Proença.


Today, let’s talk a little about a bisexual Brazilian character who had very serious problems about AIDS: actor and director Carlos Augusto Strazzer.
He was born in an Italian family on August 4th, in 1946.
Carlos’ adolescence was in the 60s. And he would say later that had been the time of free and not safe sex. And he lived then in this way.
His 1st theater play was
As Artimanhas de Escopino (1968).
Carlos was a TV actor for the 1st time in
As Pupilas do Senhor Reitor, a 1977 telenovela.
His 1st movie was Gaijin,
Os Caminhos da Liberdade (1980). But he wouldn’t go much longer as a movie actor.
Carlos’ characters were usually magic villains.
His closest friends and relatives always knew he was a bisexual. And he had sexual contact to men and women for all his life. But he also got married and had 3 children.


Nel 1989, quando era alla telenovela Que Rei Sou Eu, Carlos ha avuto dei problemi di salute molto forti e molto strani. E i medici non sapevano dire cos’era. Ma dopo qualche tempo, si è scoperto il virus HIV nel suo corpo.
Lui aveva una vita sessuale molto attiva e senza usare il profilattico negli anni 80. E per questo pensava che allora aveva ricevuto il virus. Ma non sapeva chi era l’uomo o la donna di cui l’aveva ricevuto.
Carlos ha avuto l’AIDS nell’epoca più difficile, perché nessuno sapeva chiaramente cos’era l’AIDS. E quando lui a detto a alcune persone “amiche” quello che aveva, molte sono andate via, altre hanno ricevuto pregiudizio perché sono rimaste insieme a lui...
Anche la medicina di quell’epoca non sapeva chiaramente cosa fare con chi aveva il virus HIV. E lui ha avuto anche molte altre malattie dovuto alla fragilità del suo corpo.
Carlos è diventato troppo stanco fisicamente e psicologicamente.
Lui ha pensato che il migliore sarebbe non dire a nessuno più che aveva il virus. Solo 1 anno prima della sua morte lui lo direbbe in pubblico.


El último trabajo de Carlos en la televisión fue en
O Sorriso do Lagarto (1991).
El tuvo 23 trabajos como actor en la televisión y en el cine.
Algunas veces, su nombre fue creditado como Carlos Augusto Strasser.
En 1992, el dijo en público que estaba con SIDA, que algun hombre o mujer le había pasado en los años 80. Pero, dentro de su posible, continuó a trabajar como director teatral.
Carlos fue mantenido por la TV Globo hasta su muerte, aunque no trabajase más allá.
El dijo que se morería sin resentimientos contra algunas personas que lo dejaron cuando él las necesitaba. Y que sabía amar los que le habían hecho mal.
En su autoevaluación, Carlos dijo que no había sido nunca un gran actor o una persona importante, pero había sido una persona feliz.
El se murió en Rio de Janeiro, el 19 de Febrero de 1993, 3 meses después de cumplir 46 años.
Todos los amigos que se quedaron a su lado estaban allá hasta su muerte. Entre esos, la actriz Maitê Proença.


Até mais!

6 Comments:

Blogger Asfaz said...

Carioca, bem lembrado um grande ator, meu ex caso (era médico) e chegou a cuidar dele no H.Albert Einstein. E a novela Que rei sou eu ... passou a anos a traz, mas representava o Brasil atual ...

9:41 PM  
Blogger Marcos Freitas said...

Vida dificil para quem pegou o auge da Aids, graças a Deus estamos num cenário diferente, porém tão perigoso quanto...

10:33 PM  
Blogger Leo Carioca said...

Mariposo-L→ Eu lembro, inclusive, que no último capítulo dessa novela o personagem do Edson Celulari gritava: ´´Viva o Brasil!``, ´´Viva o Brasil!``, ´´Viva o Brasil!``...
Era uma crítica aberta mesmo, né?

Passageiro→ Os problemas de saúde que ele teve não foram brincadeira mesmo não! Aliás, você disse muito bem: ´´estamos num cenário diferente, porém tão perigoso quanto``.

12:57 AM  
Blogger Javier said...

Sólo sabes quienes son tus verdaderos amigo cuando llegan los malos momentos.

8:21 PM  
Blogger Leo Carioca said...

Esa es la verdad!!!

1:03 AM  
Anonymous Rosaanja said...

Carlos Augusto foi e é meu melhor amigo. Conviver com ele, valeu esta existência!! A sua evolução espiritual me ensinou a viver, e sem depender da sua presença como um orientador.
Me alegro ao acreditar que um dia iremos nos reencontrar...

6:32 PM  

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