2/24/2007

TRAVESTIS, DRAG-QUEENS, TRANSFORMISTAS, ETC...

Olá!!!

Hoje eu quero falar sobre um grupo de homossexuais que acabam ficando muitas vezes esquecidos pelos próprios homossexuais. Parece meio contraditório, né? Mas é verdade ou não é que quanto mais o cara for afeminado (ou efeminado, como dizem alguns), mais ele é meio deixado de lado pela maioria das pessoas? Agora, imaginem quem é afeminado em fase extrema! Ou seja, imaginem quem, além de ter trejeitos femininos, se veste mesmo de mulher.
Bom, podemos começar o papo com uma pergunta: por onde começa o preconceito contra um homem que se veste assim?
Aposto que muita gente vai dizer que começa pelos homens héteros. É. O preconceito vindo deles é o mais explícito, pelo menos na maioria das vezes. Mas são só eles que têm esse preconceito?
Existe uma diferença muito grande entre uma coisa ser o único problema de uma situação e essa mesma coisa ser o problema principal dessa situação. Talvez o preconceito dos homens héteros até seja o problema principal, mas tá longe de ser o único problema. Muitas mulheres héteros também têm preconceito contra um homem vestido de mulher. Muitos homossexuais (tanto másculos quanto afeminados) também têm preconceito contra um homem vestido de mulher. E, por incrível que pareça, tem até travestis que também têm certos preconceitos contra um homem vestido de mulher! Ou seja, vêm bombas de todos os lados, né?
E parece que o problema é exatamente o fato do cara se vestir de mulher. Porque dá pra perceber, e muito claramente, que um homossexual que se veste de homem e que tem um comportamento másculo não sofre nem a décima parte do preconceito que um homossexual afeminado e que se veste de mulher sofre.
Vocês vêem como é que são as coisas: na Grécia Antiga, onde a homossexualidade masculina era quase obrigatória, havia preconceito contra os homens que se vestiam de mulher! O cara podia dar a bunda pra todos os homens que ele conhecia, mas tinha que ser másculo. Se fosse afeminado, sofria preconceito.
E se a gente parar pra observar, até hoje não chegou a mudar tanto assim, não. Vamos ver isso melhor?
Num programa infantil, um homem vestido de mulher só é bem aceito se for mostrado totalmente na brincadeira ou então se ele tiver disfarçado por algum motivo, como foi o caso da Sacerdotisa Paú, de Shaider (1984), interpretada pelo ator japonês Jun Yoshida.

Numa novela, geralmente também só é bem aceito quando se trata de um personagem cômico. E mesmo assim, a 1ª vez no Brasil em que um travesti apareceu numa novela foi só em 1989, quando a Rogéria fez uma participação especial em Tieta.

Pra dizer a verdade, isso é algo que tá tão distante da maior parte das pessoas (inclusive da maioria dos gays) que muita gente não sabe a diferença entre um travesti, um transformista e uma drag-queen.
A palavra ‘travesti’ é usada de forma genérica pra definir qualquer homem que se veste de mulher. Mas, tecnicamente, essa palavra define um tipo especifico de homem que se veste assim: é quem anda vestido de mulher 24 horas por dia.
Transformista é quem se veste de homem durante a maior parte do tempo e de mulher só pra fazer shows ou se apresentar em algum lugar.
Drag-queen é um travesti exagerado: a maquiagem é super carregada, as roupas e as perucas são super coloridas e tal.
E tem vários nomes populares, né? Espetaculosa, jeça valadona, transex e tal. Aí eu realmente não sei qual é a diferença entre uma coisa e outra. Aliás, se alguém souber e quiser dizer aí nos comentários, agradecemos pelo esclarecimento.
Geralmente, é na adolescência que a pessoa sente o impulso de se vestir assim. Ou na pós-adolescência, lá pelos seus vinte e poucos anos. Mas tem alguns raros casos de pessoas que só sentiram vontade de se travestir numa idade mais madura.
Agora, eu quero dar uma palavra com quem sempre se vestiu de homem, pelo menos até hoje, e tá pensando em mudar isso.
Lembrando sempre que a escolha é de vocês e de mais ninguém, pensem nas dificuldades todas que vocês vão ter. Além do que eu já lembrei até agora, pensem na dificuldade de arranjar emprego, inclusive: se você vai a uma escola, você não vê um professor travesti dando aula; se você vai a uma loja, você não vê um vendedor travesti mostrando as mercadorias; se você vai a uma padaria, você não vê um balconista travesti atendendo; e por aí vai!
Se a gente for bastante sincero, a gente vê que, aqui no Brasil, pelo menos, só tem 2 áreas em que um travesti consegue emprego com uma certa facilidade: no meio artístico e no mercado do sexo.A Rogéria mesmo sempre trabalhou com shows, cantando, dançando e interpretando. E a Bianca Soares trabalhou como garota de programa e, depois, atriz pornô.


Mas e em outras profissões? Vocês vêem algum exemplo? É claro que devem ter várias exceções por aí. Mas são exceções, né?
Não tô querendo desanimar ninguém, certo? Tô apenas abrindo os olhos de vocês pro que vocês vão encontrar.
Bom, não vamos esquecer que, desde que você tenha no mínimo 18 anos, o dono da sua vida é você mesmo e quem decide os rumos que ela vai tomar também é você mesmo. Mas antes de decidir esses rumos, pense nas conseqüências deles. Se você já analisou todas as dificuldades que vai enfrentar (e que não vão ser poucas) por se vestir de mulher, mas mesmo assim você tem muita vontade de se vestir assim, você decidiu que é isso o que você quer e acabou, vá em frente. A escolha é sua.

Hay un grupo de homosexuales que es excluído por la mayoría de los propios homosexuales. Son los hombres que visten ropas femeninas.
Podemos decir que, en la mayoría de las veces, los prejuicios mayores vienen de los hombres heterosexuales. Pero hay también prejuicio venido de las mujeres heterosexuales y de los propios homosexuales.
El problema parece ser el vestirse de mujer, porqué un gay que se viste de hombre y tiene un comportamiento masculino no sufre cási nada del mismo prejuicio que un gay que se viste de mujer y tiene un comportamiento femenino lo sufre.

There’s a gay group which is excluded from the biggest part of the other gay groups. I’m talking about men who wear female clothes.
We can see quite often the prejudice against this kind of gay comes from heterosexual men. But there are also heterosexual women and even gays who have this kind of prejudice.
We also can see the problem seems to be the female clothes. Because a gay man who wears male clothes and has a male bevavior is not a victim of the same kind of prejudice which exists against a gay man who wears female clothes and has a female bevavior.

C’è un gruppo omosessuale che è escluso per la parte più grande dei omosessuali stessi. Sono gli uomini che usano dei vestiti femminili.
Possiamo dire che il pregiudizio più forte viene quasi sempre degli uomini eterosessuali. Ma ci sono delle donne eterosessuali ed anche dei gay che hanno questo tipo di pregiudizio.
Il problema sembra essere usare i vestiti femminili, perché un gay che usa i vestiti maschili ed ha un comportamento maschile non è una vittima dello stesso tipo di pregiudizio che un gay che usa i vestiti femminili ed ha un comportamento femminile.


Até a próxima!

10 Comments:

Blogger Unknown said...

Amigooooooooooooooo! Tudo bem? É, preconceito é foda... e preconceito entre um grupo que sofre isso, pior ainda!
Beijos!

4:56 AM  
Anonymous Anônimo said...

mais uma vez...
vc tras um otimo texto
e um bom tema tambem.
beijão amigo

6:25 PM  
Blogger Asfaz said...

Carioca, posso afirmar que não tenho, preconceito, mas isso só se for para uma relaçao de amizade, não espere de mim algo mias que isso, já se tratando de uma relação , não rola, pois gosto de homem com aparecnia de homem e jeito de homem. Agora o que acaba com elas foi o estereótipo, que toda travesti tem que ser uma puta, foi essa a imagem divulgada, o que diferencia uma travesti de um transformista fisicamente, pouca coisa, mas o travesti é associado a um puta e transformista a uma pessoa que faz shows.

9:24 PM  
Blogger Luiz Pep said...

Sou gay, sou bem masculino e gosto de caras assim, tenho preconceito com travestis, infelizmente, tenho vergonha de falar com eles em público, tipo assim, num shopping a luz do dia. Tenho colegas que moram na europa e dizem que lá é bem mais aceito, sei que não devo, mas tenho preconceito :(

12:42 AM  
Blogger Leo Carioca said...

Trintinha→ Olha, por incrível que pareça, o preconceito de pessoas de um grupo contra pessoas desse mesmo grupo é bem mais comum do que parece. Assim como tem homossexuais homofóbicos, também tem mulheres machistas, afros racistas e outras coisas. Fazer o quê, né? O jeito é a própria pessoa rever certos conceitos.
Beijos!

Kaíke→ Curiosamente é outro tema que fica meio esquecido, né? Até entre os gays!
Beijão!

Mariposo-L→ Também não sinto o mínimo tesão por travesti e também só me sinto atraído mesmo por homem com jeito de homem.
Sobre a questão da prostituição é o que eu disse: o travesti só tem como artista ou no mercado do sexo. As outras áreas de trabalho tem praticamente 0% de abertura pra eles.
E ´´transformista`` é quem faz shows mesmo. Você tá certo.

Luiz Pep→ Também sou masculino, não sinto a mínima necessidade de soltar a franga.rs
Foram poucas as vezes que falei com um travesti, até porque não conheço nenhum que seja muito próximo de mim. Mas sempre tratei todos numa boa.
Mas não é que na Europa ou em outros países aqui da América mesmo seja diferente. Lá as pessoas vivem mais em grupos, né? Mas acho que aqui no Brasil tá indo mais ou menos pelo mesmo caminho.

1:28 AM  
Blogger carioca20 said...

Tema ótimo... Precisa ter aquilo bem roxo pra ter a coragem de ser um travesti. Drag qualquer um é, pois temnão se expõe aos heteros, já que utiliza só por algumas horas e fica o resto do dia de homem.

O campo de trabalho de um travesti é realmente muito restrito. Mesmo se ele conseguir algo, como passar num concurso público e etc... vão dar um jeito de tirá-lo de lá. Por isso, é muito difícil ser travesti. Tenho pena deles, mas admiro sua coragem.

Abs

11:14 PM  
Blogger Leo Carioca said...

Olha, ´pena` deles, propriamente, eu não sinto, porque acho que não é o caso. Mas lamento pela dificuldade deles em arranjar emprego e as outras coisas que eu mencionei.
Abraço!

5:17 AM  
Blogger Eliana Barros said...

Agradeço as informações pois estava com muita dúvida do que era o que. Abraço a todos.

7:24 AM  
Anonymous Anônimo said...

Este comentário foi removido pelo autor.

10:35 PM  
Anonymous Daisy Queen said...

Olá para todos e todas... eu sou transformista faço peguenos shows só para festa de amigos do ramo (GLSTT), assim eu não tenho preconceito mais tinha antes, eu comeceu a me montar este ano (2010), porém a dois anos atras nem gostava de saber o nome do individuo que se montava achava que era frescura ate eu sentir vontade de me montar, segundo familia eu quando pegueno brincava de bonecas com minhas irmãs mais velhas e vestia roupas delas mais nem me lenbro bem, o único fato que lenbro bem foi quqndo eu vesti a roupa debanho de minha irmã mais velha so para ver como ficava pq tenho desde infancia corpo sinuoso (Afeiminado). oque eu quero disser e que tem muita jente que tem preconceito porque não tem coragem de ser quem realmente é e outro por desconhecer o que é um travesti um tranformista uma dragQueen ou um trasexual, se você tem preconseito não vai conviver com um por coseguencia não sabe nada sobre eles. já vivi muitos preconseitos ate de amigos prosimos, mais hoje já me aceitão, porque eles comesarão a entender que isso e uma coisas normal ate o meu feche me trata melhor porque ele diz que e presico ter coragem. Não fico 24hrs como menina mais isso é só roupagem porque quem nasce assim e 24hrs menina por dentro e isso ninguem tira e o preconseito e so externo porque quem se monta sempre e o que nasceu para ser... Brigado(a), e ate mais...

10:36 PM  

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