6/19/2007

PELA RENOVAÇÃO DO JUDAÍSMO

Olá!!!

Hoje, vamos dar uma olhada num dos principais responsáveis pela renovação do Judaísmo no Brasil. Tô falando do engenheiro mecânico, professor doutor de Literatura Hebraica, escritor, rosh e rabino Nilton Bonder.

Ele nasceu no Rio Grande do Sul, em 27 de Dezembro de 1957.
O Nilton decidiu mesmo que queria se dedicar à Torá quando tinha 24 anos. E em 1987, quando tava fazendo 30 anos, ele seria reconhecido como rabino pela Jewish Theological Seminary, em New York, onde ele também se doutorou em Literatura Hebraica.
Ele também se formou em Engenharia Mecânica pela Columbia University, também em New York.
Também foi no final dos anos 80 que o Nilton se mudou de vez aqui pro Rio, onde ele mora até hoje. E ele pode ser visto com freqüência na Sinagoga da Barra da Tijuca, pela qual ele é o responsável principal.
Ele é também um rosh (coordenador judaico) da Congregação Judaica do Brasil.
As palestras que o Nilton dá falam sobre os mais variados temas sob o ponto de vista do Judaísmo Moderno. Mas as opiniões que ele dá geralmente não chegam a uma conclusão definitiva...
Os textos que eu já li dele que falavam sobre homossexualidade, por exemplo, eram meio subjetivos. Mas o que deu pra entender (pelo menos pra mim) é que ele pretendeu dizer que, apesar dos homossexuais seguirem um estilo de vida que é desaprovado pelos grupos judaicos conservadores e pelos judeus que fazem uma interpretação mais fundamentalista dos dogmas judaicos, isso não pode fazer com que a comunidade judaica exclua os gays.
Aliás, só abrindo um parêntesis, tem textos dele publicados no site do JGBR. Pra quem nunca foi a esse site, tem um link pra lá aí na minha lista de links pra sites em Português.
Bom, o ponto em que os judeus conservadores se apóiam pra falar contra os gays é uma passagem do Levítico que diz:

“Não deitarás com varão como se fosses mulher: é abominação.”

Só que a palavra “abominação” define uma coisa que, apesar de ser desaconselhável, não chega a ser tão grave nem tão séria quanto um pecado. Geralmente, a abominação é vista como um ato que não é aconselhável, mas também não é proibido.
Então, a condenação que o próprio Levítico faz contra a homossexualidade é uma condenação superficial, de acordo com muitos rabinos progressistas (aí não tô falando especificamente do Nilton).
Mas olhem: a explicação que esses rabinos progressistas dão pras eventuais condenações que o Judaísmo faz contra a homossexualidade é o simples desconhecimento do funcionamento do organismo humano que existia na época em que essa religião começou. Naquela época, se pensava que, assim como a mulher parava de menstruar a partir de uma determinada idade, o homem também parava de ejacular a partir de uma determinada idade. O esperma (pensavam na época) tinha um limite. Então, o homem não podia se masturbar nem exercer práticas sexuais que não fossem SÓ pra reprodução, porque aí ele tava “desperdiçando” o esperma dele.
Hoje, como já se sabe que o esperma não tem fim, pois os testículos continuam a produzir esperma até a velhice, o Judaísmo não pode mais condenar a masturbação nem as práticas sexuais que não são pra reprodução.
É claro que essa e a explicação que os rabinos PROGRESSISTAS dão. Se você disser isso prum rabino CONSERVADOR, ele vai responder que não é nada disso, que é um absurdo pensar assim e tal.
Aliás, é bom lembrar que um rabino não é exatamente um sacerdote judeu, mas sim um orientador judeu, que tem a função de passar adiante os conhecimentos que ele adquiriu com a Torá. A autoridade dele se resume a aconselhar algumas atitudes e desaconselhar outras, com base no que a Torá diz. Mas ele não tem autoridade infalível nem inquestionável pra obrigar nem proibir nada. Menos ainda pra excomungar alguém ou proibir esse alguém de ser judeu.
Assim, nada impede que um gay seja judeu. O pior que pode acontecer é ele não ser muito bem visto pelo rabino da sinagoga que ele freqüenta. Mas aí, se ele quiser, basta passar a freqüentar outra sinagoga e passar a se aconselhar com um rabino mais progressista. Ele continua a ser gay, continua a ser judeu e uma coisa não interfere em nada na outra. Problema resolvidíssimo!
Mas enfim: algumas pessoas estranham o fato de muitos artistas irem se consultar com o Nilton antes de botarem certos projetos de trabalho em ação. Principalmente porque a maioria desses artistas nem são judeus. Mas é que o Nilton tem um vínculo muito forte com o meio artístico.
Ele defende que não se pode ter medo de deixar a tradição pra trás. Desde que a renovação tenha coerência e uma boa justificativa, ela pode perfeitamente passar por cima da tradição. E os próprios crimes só devem ser combatidos não por irem contra tradições, mas sim por comprometerem valores de justiça e prejudicarem pessoas inocentes.
É claro que, devido a esse posicionamento, o Nilton sempre acabou comprando certas brigas com os membros mais conservadores da comunidade judaica. Mas ele deixa claro que prefere ser visto por essas pessoas como um traidor do que como um hipócrita.
Em 1998, ele escreveu A Alma Imoral, que foi recentemente adaptado pro teatro, fazendo grande sucesso.
No ano 2000, o Nilton recebeu o Prêmio Jabuti de Religião.
Até hoje, ele já publicou 16 livros. E os livros dele também fizeram sucesso entre as comunidades judaicas da Alemanha, Coréia do Sul, Espanha, Estados Unidos, Itália, Países Baixos e República Tcheca.
Além de tudo isso, o Nilton também é visto com uma certa freqüência em movimentos ecológicos.No tempo livre, ele gosta de tomar chope, ir à praia e surfar. E pra manter a forma, ele corre 12 km e nada outros 5 por dia.


Today, we’ll talk a little about one of the main names of the Progressive Judaism in Brazil, the Ph. D. in Hebrew Literature, writer, mechanical engineer, crosh, and rabbi Nilton Bonder.
He was born in Rio Grande do Sul, on December 27th, in 1957.
Nilton was 24 when he intended to be a rabbi. And he was 30 when the Jewish Theological Seminary, in New York, named him a rabbi.
He also had his Ph. D. in Hebrew Literature in the Jewish Theological Seminary.
Nilton graduated in Mechanical Engineering at Columbia University (in New York too).
He’s lived in Rio de Janeiro since the late 80s. And he often can be seen at Barra da Tijuca Synagogue.
Nilton’s also a rosh of the Brazilian Israelite Congregation.
His lectures are about every kind of situation under the point of view of the Progressive Judaism. But his opinions are usually subjective and don’t have a specific conclusion.
His texts about homosexuality are a good example of his subjectivity. But it’s possible to understand (at least for me) he says homosexuality is a lifestyle which conservative (or fundamentalist) Jewish people don’t see as something good. But homosexuals can’t be excluded from the Jewish groups because of that.



Cuando los judíos conservadores hablan contra los homosexuales, en general utilizan una parte del Levítico, que dice:

“No te echarás con varón como con mujer, es abominación.”

Bueno, la palabra “abominación” quiere decir una cosa que no es aconsejable, pero tampoco es tan grave y tan seria cuanto un pecado. En general, la abominación es vista como una actitud que no es aconsejable, mas tampoco es prohibida.
Así, por lo que dicen los rabinos progresistas, la condenación del Levítico contra la homosexualidad es una condenación apenas superficial.
Esos rabinos también dicen que ese tipo de condenación existe en el Judaísmo por cuenta del desconocimiento del cuerpo humano que había cuando esa religión empezó. Se pensaba entonces que los hombres paraban de eyacular cuando se quedaban con una cierta edad. Así, tener cualquier actividad sexual que no fuera para tener hijos (como masturbarse y tener relaciones con otro hombre) no era bien visto, porqué era visto como un desperdicio de esperma. Pero hoy no hay motivo para pensar así.
Es claro que esa es la visión de los rabinos progresistas. Los conservadores hablarán contra todo eso.
Es necesario recordar que un rabino no es propiamente un sacerdote judío, pero antes un consejero judío. Y su autoridad le permite dar consejos, pero no excomulgar una persona y tampoco prohibirla de ser judía.
Así, un gay puede ser judío sin problemas. Lo peor que puede pasar es no ser bien visto por el rabino de la sinagoga adonde él va. Pero se eso es un problema, basta empezar a irse a otra sinagoga y hablar con otro rabino que sea más progresista. Y puede continuar a ser judío y también a ser gay.

Ci sono delle persone che non capiscono perché molti artisti vogliono parlare con Nilton prima di cominciare i loro lavori, perché questi artisti non sono giudei e lui è un rabbino. Ma questo è perché Nilton conosci molte persone fra gli artisti.
Lui dice che non si può avere paura di lasciare le tradizioni, se questo ha coerenza ed una buona giustificazione.
Per questo e per altro, ci sono dei giudei che non vogliono molto bene a Nilton. Ma lui non da molta importanza a questo (od anche nessuna importanza). Lui preferisce esser visto come un traditore che come un ipocrita.
Nel 1998, lui ha scritto
A Alma Imoral, che da poco è diventata uno show teatrale a Rio de Janeiro.
Nel 2000, Nilton ha ricevuto il Premio Jabuti di Religione.
Lui ha scritto 16 libri fino adesso. E tutti quanti sono grandi sucessi fra i giudei di Germania, Corea del Sud, Spagna, Stati Uniti, Italia, Paesi Bassi e Rupubblica Ceca.
Alcune volte, Nilton può anche esser visto in delle campagne ecologiche.
Quando non sta lavorando, gli piace bere chope, andare al mare e fare il surf. E per avere una buona salute, lui corre 12 km e nuota altri 5 ogni giorno.


Até a próxima!

15 Comments:

Blogger Unknown said...

Gente,!!! Acabei de comentar, e quando vi, vc atualizou teu blog! Rsssss....Vou ler o qeu vc escreveu de novo, beijos, cherry!

4:57 AM  
Anonymous Anônimo said...

É sempre interessante saber que alguém mesmo que dentro de uma liderança religiosa, possa ao menos entender que a exclusão não é o caminho. Mesmo que ele possa não aceitar, pelo menos renegar, como tantos fazem, isso ele não mostrou.

Tem um site muito interessante de uma comunidade GLBT Judia, que discute o assunto seriamente, fazem reuniões e discutem a sexualidade na torá, tentando quebrar as falsas interpretações. Mesmo não sendo judeus acho que vale a pena todos conferirem:
http://www.jgbr.com.br/

11:00 AM  
Blogger hotspot_fortaleza said...

COMO SEMPRE

SEU POSTS SÃO INTERESSANTISSIMOS

GRANDE ABRAÇO

HOTSPOT FORTALEZA
http://hotspotfortaleza.blogspot.com/

11:17 AM  
Blogger Asfaz said...

Concordo com o Jeremy ... Esse Rabino , parece ser bem legal heim

7:30 PM  
Anonymous Anônimo said...

Oi Carioca,
já que me convidou, venho sempre.
E como sempre seus posts são abrangentes e até instigantes.
Continue que o blog fica cada vez melhor.
Até mais gatinho!

9:20 PM  
Anonymous Anônimo said...

Trintinha→ Eu vi!rs Você tinha acabado de comentar na hora que eu tava respondendo os comentários do outr post!rsrs
Beijos!

Jeremy→ Esse é exatamente o site que eu disse!rs Tá aí na lista de links pra sites em Português.

Hotspot_Fortaleza→ Obrigado!
Abraço!

Mariposo-L→ Também acho!

Mariel→ Obrigado!
Até mais!

2:27 AM  
Blogger Homem, Homossexual e Pai said...

sou muito amigo do Ari, do JGBR, e fico muito feliz em ver mais noticias sobre o progresso da religiaõ judaica em direção da compreensão da homoafetividade!
Obrigado pelas informações!
abs

3:33 AM  
Blogger Vitor said...

Legal essa "explicação"! Não sei se você já viu o filme "Plata Quemada"... mas tem um texto que fala sobre isso. Me lembrei na mesma hora! ;)

5:08 PM  
Anonymous Anônimo said...

Homossexual e Pai→ Aliás, é curioso que, mesmo nos sites gays, raramente se fala sobre a relação do Judaísmo com a homossexualidade.
Acho que é um assunto que precisamos discutir mais.
Abraços.

Vitor→ Ainda não vi esse filme. Mas parece ser interessante, pelo que você disse.

1:31 AM  
Blogger Luiz Pep said...

Como sempre falando sobre pessoas interessantes, posso pedir uma coisa? Poderia falar de Tchaikovsky? Se possível outros gênios da música clássica que eram gays?
Sobre o post no meu blog, eu tentei não complicar, de qualquer forma passa no meu blog pois isolei o fato mais importante :) bjs!

7:09 AM  
Blogger RIC said...

Caríssimo Carioca!
Acho acima de tudo muito curioso o simples facto de haver rabinos progressistas e conservadores em pé de igualdade e de ambos os grupos terem as suas interpretações, sem que isso dê origem a cismas e outras «tragédias» a que o cristianismo nos habituou em dois mil anos...
Será neste aspecto o judaísmo uma confissão eminentemente democrática?
Abraço! :-)

1:03 PM  
Anonymous Anônimo said...

É bom saber que há gente em determinadas religiões que sabem abrir as portas ao novo mundo e às novas realidades... parece o caso! Há que elogiar, quando continuamos a ter uma Igreja liderada por um Papa que defende que gays são aqueles que são doentes e têm comportamento desviante. Sabe... como será entao que tanto Padre é gay? loool! A conversa seria mt longa. Deixo um abraçao e meus parabens pelo excelente texto.

2:29 PM  
Anonymous Anônimo said...

Luiz Pep→ Claro! É uma ótima sugestão!
Depois eu passo lá no seu blog.
Beijos!

Ric→ Eu acho que esses cismas não aconteceram no Judaísmo por causa da própria quantidade de judeus espalhados pelo Mundo, que é bem menor do que a quantidade de cristãos. Não vamos esquecer que quase todos esses cismas no Cristianismo aconteceram em territórios que foram conquistados pela Igreja Católica, graças às Cruzadas e à Inquisição.
O Judaísmo não teve Cruzadas nem Inquisição, então os judeus não se espalharam pelo Mundo tanto quanto os cristãos, não impuseram a cultura deles sobre outras culturas a ferro e fogo (como os cristãos fizeram). Então, hoje, os judeus, guardando-se as devidas proporções são basicamente o mesmo tipo de pessoas que eram há 4000 anos, quando a religião deles começou. Só que alguns são mais liberais e outros são mais tradicionalistas.
Já os cristãos são uma multidão sem fim de pessoas de origens diferentes, culturas diferentes, modos de pensar diferentes... Nem seria possível que não houvesse cismas, né?
Um abraço!

Lover→ rsrs Realmente seria uma conversa muito, muito longa!!!rs
Obrigado pelo ´´excelente texto``!
Abração!

7:20 PM  
Anonymous Anônimo said...

Sempre vejo com receio e distanciamento os tais "progressistas", seja em qualquer religião. Não confio. Podem até não serem homofóbicos, mas passa uma imagem de "tolerância" e tolerar significa que estariam fazendo um favor para nós, mas sempre vão nos olhar com olhos superiores. Eu acho que incluir não é "tolerar", mas sim respeitar. Um verdadeiro "progressista" não faria parte de nenhuma dessas religiões. E toda religião são formas de controle social ou de compensações para indivíduos que não conseguem assumir sózinhos a total responsabilidade por seus atos.
Ricardo Aguieiras
aguieiras2002@yahoo.com.br

11:12 AM  
Anonymous Anônimo said...

Queridos ,não se preocupem,não discutam;isto tudo vai ser esclarecido a luz das escrituras no dia que Jesus voltar!!

9:36 AM  

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