12/18/2007

VAMOS TER UMA NOVA RELIGIÃO INSPIRADA NO ALCORÃO?

Oi!!!

Gente, talvez eu fique uns dias sem postar. E talvez volte ainda hoje.rs Depois eu explico por quê. Mas se eu sumir por uns poucos dias, não se assustem.
Olhem só: o RJTV tá fazendo uma enquete pra eleger o tipo carioca que mais representa o Verão. Vou deixar o link pro site da enquete aqui pra quem quiser votar... Bom, entre os personagens indicados lá, eu votaria no atleta de praia e no sarado.rs Mas vocês é que sabem. Lá vai:

http://rjtv.globo.com/Jornalismo/RJTV/0,,9125,00.html

Bom, agora o tema de hoje: a gente vai falar sobre um assunto bastante polêmico: a homossexualidade dentro do Islamismo.
Acredito que não seja novidade pra ninguém aqui que o Islamismo é a religião mais homofóbica que existe, né? Então, será que dá pra ser gay e muçulmano ao mesmo tempo? Vamos ver passo a passo:
Antes de mais nada, como ser um muçulmano? No que alguém tem que acreditar e o que esse alguém tem que fazer pra ser considerado um muçulmano?Bom, a 1ª condição que alguém tem que aceitar pra ser um muçulmano é a Shahadah (ou Chahada, como alguns chamam), aquela frase que todo muçulmano diz pelo menos de vez em quando:

“O Único Deus é Allah e Seu profeta é Maomé”

Existem variações de como isso é escrito em Português. Mas é sempre basicamente assim.
As crenças fundamentais que qualquer pessoa deve ter pra ser considerado um muçulmano são: acreditar num Deus Único, geralmente chamado por eles de Allah, que não aceita outros deuses acima, ao lado nem abaixo Dele; acreditar na existência de anjos que servem a Esse Deus; acreditar no Alcorão e nos livros sagrados das tradições judaico-cristãs anteriores ao Alcorão como revelações da vontade Desse Deus (o Alcorão é visto como a última revelação da vontade Desse Deus e, por isso, qualquer livro religioso escrito depois dele é visto apenas como um livro comum); acreditar nos profetas Desse Deus como mensageiros da vontade Dele (os 3 profetas que costumam ser mais valorizados por essa religião são Moisés, Jesus Cristo e Maomé); e acreditar que, um dia, Esse Deus vai destruir o Mundo (é o dia do juízo final).
Quanto às práticas básicas que uma pessoa deve fazer pra ser considerado um muçulmano são: repetir sempre a Shahadah; rezar 5 vezes por dia virado de frente pra Meca; ajudar os pobres com doações de dinheiro ou comida; ficar sem transar e sem comer nem beber nada do nascer ao pôr-do-sol durante o 9º mês do ano (o Ramadan); e ir à Meca como peregrino no mínimo 1 vez na vida, a não ser que não se encontre em condições físicas e/ou mentais de fazer isso.
Se você acredita em tudo isso e faz tudo isso, ou pelo menos tenta, você já é um muçulmano.
Só que, como eu já disse, uma das condições mais básicas pra ser muçulmano é acreditar no Alcorão, vendo ele como a última revelação da vontade do Deus Único. E o Alcorão diz que é comum um homem se sentir sexualmente atraído por outro homem que pareça interessante a ele. Mas esse desejo não pode ser satisfeito na Terra e é preciso esperar até depois da morte pra satisfazer isso: de acordo com o Alcorão, depois de destruir o Mundo no dia do juízo final, o Deus Único vai levar pro Paraíso aqueles que tiverem levado uma vida mais submissa às determinações do Alcorão, e então cada muçulmano vai ser presenteado com jovens virgens de ambos os sexos. Só aí os desejos homossexuais vão poder ser satisfeitos. Se esses desejos forem satisfeitos antes disso, é recomendável que a pessoa seja castigada.
É claro que existem interpretações diferentes, de um grupo muçulmano pro outro, dessa passagem do Alcorão. Mas basicamente é isso que é dito ali.
Bom, nem todo mundo tem vocação pra ficar sexualmente intocável até depois da morte, né? Até porque nem todo mundo vai conseguir, mesmo que tente. Então, o que fazer pra ser homossexual ou bissexual, ter uma vida sexual ativa e também seguir o que eu já descrevi acima (ou seja, ser muçulmano)?
Só parece haver uma única forma de conseguir isso: reavaliar as passagens do Alcorão que falam sobre homossexualidade.
Existem inclusive muçulmanos que dizem que essas passagens condenam o estupro, e não a homossexualidade. Mas devido a traduções mal feitas que ocorreram na Idade Média, a palavra “estuprador” foi substituída pela palavra “homossexual” ou por sinônimos dela.
Bom, mesmo que tenha sido isso, não parece ser essa a leitura que a quase totalidade dos muçulmanos fazem do Alcorão. Mas isso não impede que os movimentos gays se desenvolvam entre os muçulmanos, mesmo em países onde a homossexualidade não é aceita.
Na Turquia, por exemplo, existe um grupo GLBT chamado Gayslim, formado por seguidores do Islamismo que vivem esse dilema. Chega a ser quase uma seita secreta, pois congregar gays, lésbicas e bissexuais é crime por lá. Mas isso não conseguiu impedir que o grupo se desenvolvesse.
Aqui no blog, o meu contador mostra que eu recebo visitas relativamente freqüentes da Arábia Saudita, dos Emirados Árabes Unidos, da Turquia... Esses são países onde a maioria da população é muçulmana. E podemos ver visitas deles em vários outros blogs GLBT é claro.
O castigo que a pessoa recebe por ter praticado atos homossexuais varia de um país muçulmano pro outro. Pode ser a morte, a tortura, a prisão, o pagamento de algum tipo de multa ou simplesmente a humilhação pública.
Os países muçulmanos que, oficialmente, condenam homossexuais e bissexuais à morte são a Arábia Saudita, o Iêmen, o Irã, a Mauritânia, a Somália e o Sudão. Mas não-oficialmente, os países em geral onde a maioria da população é muçulmana ou onde há muitos políticos muçulmanos no poder, muitas vezes matam os gays, lésbicas e bis através de grupos de extermínio não-legalizados. Na Turquia mesmo acontece isso.
Muitos políticos muçulmanos desses países definem a homossexualidade como um “comportamento ocidental”, estranho à cultura oriental.
Isso é inegavelmente mentira, bastando levar em conta que até no Japão, séculos antes da fundação do Islamismo e sem contato praticamente nenhum com o Ocidente, já existiam registros de relações homossexuais. Mas acho que tentar explicar isso a um fanático religioso é um esforço inútil, né?
Bom, depois do Islamismo, as 2 religiões mais homofóbicas do Mundo são o Judaísmo e o Cristianismo. Só que a maioria dos judeus e dos cristãos não costumam ter muitos problemas pra se misturar com pessoas de outros grupos, o que possibilitou o surgimento de grupos não-homofóbicos tanto de judeus quanto de cristãos.Já a maioria dos muçulmanos vivem mais entre eles, em grupos muito fechados, sem ter muito contato com pessoas de outros grupos e se preocupando mais em evitar qualquer influência de tradições não-muçulmanas.


Pra quem acha que eu tô exagerando, pergunte a você mesmo: quantos muçulmanos fazem parte do seu círculo de amizades?
Assim, não acho que o Islamismo vá ficar mais tolerante em relação à homossexualidade, já que eles vêem isso como um comportamento não-muçulmano e, como a gente já viu, eles têm a tendência de evitar contato com coisas que eles consideram não-muçulmanas. Mas nada impede que acabe sendo fundada uma outra religião, também inspirada no Alcorão, mas que seja tolerante em relação aos bis, lésbicas e gays (os movimentos GLBT muçulmanos podem ser o 1º grande passo pra isso, né?). Aliás, é mais provável que aconteça isso do que o surgimento de um Islamismo mais adaptado à realidade do século XXI.

We can see the muslim religion is the most homophobic religion in the World. And because of that, it’s very difficult for a gay, a lesbian or a bi being a muslim.
Anyway, there are LGBT muslim groups getting stronger every day. But I don’t think the Islam will be kinder to LGBT people in the future.
Perhaps the most possible is the foundation of a new religion also based on the Qur’an in the future. It would be a religion born from the Islam, but which would accept lesbians, gays and bis without problems.


Podemos ver que el Islam es la religión más homofóbica del Mundo. Y por cuenta de eso, es muy difícil para un gay, lesbiana o bi ser un musulmán.
Hay grupos LGBT musulmanes siendo más fuertes a cada día. Mas no pienso que el Islam será más amable con lesbianas, gays y bis en el futuro.
Tal vez lo más posible sea la fundación de una nueva religión también fundamentada en el Corán en el futuro. Sería una religión nacida del Islam, pero que acogería lesbianas, bis y gays sin problemas.


Possiamo vedere che l’Islam è la religione più omofobica del Mondo. E per questo, è molto difficile per un gay, lesbica o bi ser un musulmano.
Ci sono dei gruppi LGBT musulmani diventando ogni giorno un po’ più forti. Ma non penso che l’Islam sarà più amabile con le lesbiche, i gay ed i bi nel futuro.
Forse il più possibile sarà la fondazione di una nuova religione anche basata sul Corano nel futuro. Sarebbe una religione nata dall’Islam, ma che accoglierebbe le lesbiche, i bi ed i gay senza problemi.
Bom, até mais!

11 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Carioca, esse semana também comentei sobre os muçulmanos lá no blog, são Bernardo do Campo tem o maior centro cultural muçulmano da AL, é muito comum ver em ruas e super mercados, mas aqui acho que ele tem que se (meio) adaptar, pois tenho amigos muçulmanos ...quanto ao homossexualismo nunca entrei neste detalhe com nenhum deles e depois deste seu post acho que nunca vou entrar ...

10:50 PM  
Anonymous Anônimo said...

Leo, temos que tomar muito cuidado quando julgamos a religião pelo povo que a pratica.

A história das religiões nos mostra como não só o pensamento dos grupos que as praticam muda com o tempo, dando a seus preceitos valor de paradigma, como também elas são assumidas por outros grupos, que pertencem a uma esfera cultural diferente.

E onde vemos isso na atualidade? No mundo todo.
A religião muitas vezes é distorcida a fim de satisfazer os conceitos do povo que a aplica, quando estes não vão de acordo com ela. Então temos que saber distinguir até onde vai a religião, e onde começa a cultura.

A maior parte dos países de maioria muçulmana é baseada sabidamente em sociedades conservadoras, e muitas vezes até mesmo agressivas e com uma história de violência em todos os níveis. Isso não tem nada a ver com o Islã. Mas sim este é deturpado, a fim de legitimar o comportamento dessas sociedades.
Todos sabemos que o Islã não aconselha atentados a bomba matando inocentes e coisas parecidas. Mas isso é o que é feito em seu nome. Interessante é notar que, apesar de somente 25% dos muçulmanos serem árabes (pasme!), todos os casos de terrorismo "islâmico" que vemos nas notícias são praticados por árabes. Logo ... esse "terrorismo" então é árabe ou islâmico? Lógico que é árabe!

Não precisa ir muito longe para ver o quanto uma cultura influencia o uso da religião. No Brasil mesmo vemos como o Cristianismo assume, em algumas de suas vertentes, uma posição completamente diferente daquela existente na sua "fonte", ou seja, na Europa. O fanatismo que vemos por parte de alguns cristãos, espalhando preconceitos e discriminações, numa postura conservadora e às vezes até com características "sobrenaturais" seriam simplesmente impensáveis na Europa. Porisso mesmo grupos que no Brasil encontraram terreno fértil para se reproduzirem encontram na Europa uma completa barreira, e se restringem aos poucos brasileiros imigrantes que já o trazem de terras tupiniquins.

Porisso não podemos avaliar as características de uma religião pelo modo como ela é praticada, mas temos que conhecê-la a fundo, assim como seus preceitos.

Tanto o Cristianismo quanto o Judaísmo quanto o Islamismo condenam a homossexualidade. O modo como isso é expresso depende simplesmente da cultura do povo, e não da religião.
Uma coisa é certa: o Islamismo tem um relacionamento muito mais tranqüilo com a sexualidade do que o Cristianismo. Basta dizer que no Islamismo o sexo é para o prazer, e não para a procriação. Filhos são só a conseqüência disso.
Se países muçulmanos se nos apresentam como extremamente pudicos, isso tem a ver com a cultura dos países, e não com o Islã.

Quanto ao "não ter amigos muçulmanos" ... ora ... a presença de muçulmanos no Brasil é pífia.
No último censo eles foram inclusive contados juntamente com os judeus, perfazendo menos de 0,1% da população - sendo que a maioria destes são judeus! Ou seja, em cada 10.000 brasileiros, você tem no máximo 3 muçulmanos.
E você ainda quer ter alguns deles no seu círculo de amizades?

Fechando, gostaria somente de repetir: a análise da filosofia de uma religião deve ser feita através do estudo dessa mesma religião e de seus preceitos, nunca através da experiência com seus adeptos.

Um abraço

7:54 AM  
Blogger Javier said...

No creo que sea tanto una cuestión de religión como la capacidad que tengamos los accidentales de defender nuestra cultura, lo que pasa es que en nombre de eso llamado corrección política estamos haciendo dejadez de nuestra cultura.

8:21 AM  
Blogger Marcelo B. said...

oi Léo como vai? Assiti um documentário no Mix festival qui em sampa sobre o Islamismo e o homossexualismo foi bem legal, mostra que mesmo proibido há e muitos são perseguidos condenados por expor sua visão, loucura ne ainda bem que moramos aqui...beijão ate mais, Feliz Natal para vc ok

4:05 PM  
Blogger Alberto Pereira Jr. said...

votei no louco por praia.. hehehehe dilícia..

bom, pessoalmente, eu não conheço nenhum muçulmano.. e nem tenho ciência de que qualquer outro parente meu conheça...

já li muito sobre os julgamentos que homossexuais sofrem em países islâmicos.. muitos sendo condenados a morte... mas não sabia dessa leitura do Alcorão.. que no paraíso seria permitida práticas sodomitas, como gostam de classificar a relação entre pessoas do mesmo sexo..

muito interessante o post, como sempre..

12:46 AM  
Blogger Di said...

Tive um colega de trabalho no passado que é muçulmano e me contava muitas coisas sobre sua família, crença, alcorão e diferenças entre os cristãos ocidentais. Sempre fiquei abismado com tantas exigências e dificuldades. O tema homossexualismo sempre foi intocável entre nós. Esse seu post veio completar muita coisa. Quanta homofobia !

Carioca, quero aproveitar e desejar pra vc boas Festas. Um 2008 com sucesso redobrado.
Beijos querido.
Divorciado

11:07 AM  
Blogger alximist said...

Este comentário foi removido pelo autor.

12:48 PM  
Blogger alximist said...

oi estarei en RJ entre 28.12 e 2.1.2008, sera que da para nos encontrarmos?
um abraco
thomas

12:48 PM  
Anonymous Anônimo said...

Quanto tempo que não venho aqui heim!?Saudade do teu blog... Saudade de vc.

:)

Tambem creio que essa seja uma religião intolerante quanto aos homossexuais, e eles não mudarão sua visão por nada.

Grande abraço.

1:27 PM  
Anonymous Anônimo said...

Carioca, um big Natal repleto de paz amor e saúde ....

Abraços

5:17 PM  
Anonymous Anônimo said...

لا إله إلاَّ الله و أشهد أن محمد رسول الله

Assim é como se escreve a Shahada em árabe. Essas letras isoladas que você colocou no artigo não significam nada.

Acho que o problema principal é a ignorância. O desconhecimento geral que os próprios muçulmanos têm do Alcorão e os fins políticos de estado para os quais infelizmente tem sido usado o Islam. Isto junto da ignorância absoluta e a manipulação dos mídia em Ocidente.

Islam significa paz, não ódio nem violência.


Um muçulmano gay e orgulhoso.

8:57 AM  

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